LEITURAS FUNDAMENTAIS PARA VIVER E VENCER A INFERTILIDADE

A sombra das cruz e o drama da infertilidade:
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“Em primeiro lugar, eu lhes direi que não devem dar-se por vencidos com demasiada facilidade. É preciso pedir a Deus que lhes conceda descendência, que os abençoe — se for essa a sua vontade — como abençoou os patriarcas do Antigo Testamento. Depois, é conveniente que recorram a um bom médico, elas e eles. Se apesar de tudo, o Senhor não lhes der filhos, não devem ver nisso nenhuma frustração; devem ficar satisfeitos — descobrindo nesse fato precisamente a Vontade de Deus em relação a eles. Muitas vezes o Senhor não dá filhos porque pede MAIS. Pede que se tenha o mesmo esforço e a mesma entrega delicada ajudando o próximo, sem o júbilo bem humano de ter filhos. Não há, pois, motivo para se sentirem fracassados nem para darem lugar à tristeza.

Se os esposos têm vida interior, compreenderão que Deus os insta, impelindo-os a fazer de sua vida um generoso serviço cristão, um apostolado diferente do que realizariam com seus filhos, mas igualmente maravilhoso.

Se olham à sua volta, descobrirão imediatamente pessoas que necessitam de ajuda, de caridade e de carinho. Há, além disso, ocupações apostólicas em que podem trabalhar. E, se souberem pôr o coração nessa tarefa, se souberem dar-se generosamente aos outros, esquecendo-se de si próprios, terão uma fecundidade esplêndida, uma paternidade espiritual que encherá a sua alma de verdadeira paz.

As soluções concretas podem ser diferentes em cada caso; mas, no fundo, todos se reduzem a ocupar-se dos outros com afãs de servir, com amor. Deus recompensa sempre aqueles que têm a generosa humildade de não pensarem em si mesmos, dando às suas almas uma profunda alegria.”

O termo NaProTechonology® seria traduzido como “napro-tecnologia”, ou seja, tecnologia de procriação natural.
 
A NaProTECHNOLOGY® é uma abordagem em medicina que permite diagnosticar e tratar as alterações que podem existir no ciclo menstrual, monitorando e mantendo a saúde ginecológica e procriativa. A NaProTECHNOLOGY usa o CrMS (creighton model system), um método natural com metodologia própria para acompanhar os vários eventos de um ciclo menstrual e, dessa forma, identificar possíveis anormalidades, para as quais propõe tratamentos que trabalham em cooperação com o ciclo menstrual. As mulheres têm a oportunidade de conhecer e entender as causas dos sintomas que elas eventualmente tenham. 
 
Se o casal pensa em fazer FIV ou inseminação, precisará lidar com os problemas éticos e morais dessas técnicas e isso adiciona mais um complicador a difícil realidade enfrentada na infertilidade. Por outro lado, com a NaPRO, o casal pode ter mais chances de sucesso e não terá de enfrentar os problemas éticos, pois a NaPro é 100% ética, especialmente desenvolvida para casais cristãos.
 
Se o casal alguma vez cogitou as alternativas artificiais eticamente reprováveis  da FIV ou inseminação, não poderá dizer que a NaPro é inviável devido ao custo de tratamento com médicos particulares ou até mesmo alguma viagem no Brasil para consulta-los presencialmente, embora muitas consultas possam ser on-line hoje.
 
No Brasil há alguns médicos já certificados nesta abordagem médica inovadora. Você pode entrar em contato com o grupo de médicos certificados através do site CRMS Brasil clicando aqui.
 
Além da NaPro, que possui protocolos próprios e bem consolidados nessa área, muitos médicos que não são certificados NaPro tem obtido resultados impressionantes pela perspectiva da Medicina Integrativa.
 
Você também encontra diversos médicos na página Pius.com.br/medicos-catolicos
 
 Tem crescido no mundo a chamada medicina integrativa. Assim, muitas pessoas tem vencido a infertilidade encontrando médicos que são adeptos dessa abordagem. Os “médicos integrativos” podem ser de qualquer especialidade. A proposta integrativa é de buscar uma abordagem integral do paciente, combinando a medicina convencional com terapias complementares e alternativas, com diagnósticos hormonais mais profundos, uso de suplementação, mudanças de hábitos alimentares e de atividade física, entre inúmeras compreensões mais profundas da integração entre processos biológicos. 
 
A medicina integrativa tem em comum a NaPro, uma perspectiva de encontrar de fato a causa da infertilidade, o que é frequentemente tratada pela medicina convencional de “infertilidade sem causa aparente”.
 
Em geral, médicos integrativos (e mais ainda os médicos NaPro), não aceitam essa ideia de “infertilidade sem causa aparente”.
 
Você pode encontrar médicos dessa abordagem na página Pius.com.br/medicos-catolicos
  1. Maior risco de malformações congênitas graves (Verlaenen et al 1995; Hansen et al 2005 e Hvidtjørn e Olsen,2009). Uma metanálises de 19 estudos estimou um aumento de 29% em malformações de bebês gerados in vitro (Rimm et al 2004). Estudos posteriores confirmaram os resultados (Zhu et al 2006 e Delbaere et al 2007).
  2. Dentre os tipos de malformações estão lábio leporino, malformação cardíaca, malformações retais e de esôfago (Reefhuis et al 2008). O risco estimado para problemas gastrointestinais foi de 9.85; para cardiovasculares foi de 2.30 e para defeitos do músculo esquelético, 1.54 (El-Chaar et al 2008).
  3. Aumento de sequelas neurológicas como retardo mental (Verlaenen et al 1995; Hansen et al 2005 e Hvidtjørn e Olsen,2009)
  4. Aumento no risco de Síndrome de Potter (Klemetti R et al., 2005)
  5. Graves defeitos de visão e risco elevado de nascimento prematuro com as sequelas características da prematuridade (Verlaenen et al 1995; Hansen et al 2005 e Hvidtjørn e Olsen,2009)
  6. Aumento de 3 a 4 vezes no risco de anomalias cromossômicas (Marjoribanks et al 2005)
  7. Aumento da quantidade de gestações múltiplas de alto risco, onde muitos casais, já tendo banalizado o direito à vida, optam por aborto para seleção fetal. Tratam-se de abortos feitos entre 9 e 12 semanas de gestação, para reduzir o número de bebês em gestação, visando reduzir riscos para saúde inerentes a uma gestação múltipla (trigêmeos ou quadrigêmeos).
  8. As gestações múltiplas têm maiores riscos de anomalias congênitas e anormalidades hormonais (Alukal e Lipshultz, 2008)
  9. Estudos sugerem fortemente um aumento no risco da Síndrome Beckwith-Wiedeman, que afeta 1 a cada 12 mil nascidos na média da sociedade, mas foi encontrado 3 casos em um grupo de 65 bebês concebidos por fertilização artificial (DeBaun, Niemitz e Fienberg 2003); e em outro estudo, 6 casos em 149 bebês concebidos por FIV (Gicquel et al 2003). Essa síndrome se caracteriza por nascimento prematuro, língua anormalmente larga, hérnia umbilical, hipoglicemia neonatal e predisposição à tumores. Além disso, os bebês concebidos por FIV e com essa síndrome apresentavam mais defeitos do que os bebês com a mesma síndrome e concebidos naturalmente.
  10. Aumento no risco de câncer foi verificado em apenas um artigo científico – contudo, esse artigo até o momento, pelo que se sabe, não teve nenhuma refutação em estudos posteriores. Trata-se da pesquisa de Moll, Imhof e Cruysberg (2003), que aponta um aumento no risco de tumor infantil retinoblastoma.
  11. Boa parte desses riscos também são somados ao fato de que a média de idade das mulheres que concebe de forma artificial é maior que a média de idade de mulheres que concebem de forma natural, e a idade avançada da mulher é fator de risco para muitas dessas situações, portanto, aumentando ainda mais os riscos.

Entendendo os porquês de alguns desses riscos aumentados:

  1. A super-estimulação ovariana nas mulheres para aumento na produção de óvulos resulta, não raro, na produção de óvulos imaturos
  2. Boa parte dos casos de infertilidade se devem a alterações genéticas especialmente no cromossomo Y, que passa para os filhos homens.
  3. Como a fusão entre os espermatozoides ocorre por injeção intracitoplasmática, não ocorre a seleção natural do processo de concepção em que vence a corrida para fecundar, o espermatozoide mais apto, com isso, diversos embriões são fecundados com espermatozoides pouco aptos para geração de embriões saudáveis. Depois da fertilização, os cientistas tentam selecionar os embriões menos aptos e eliminá-los, para contornar esse problema. Esse descarte atenta contra vida de seres humanos concebidos e também não é perfeito, resultando em tentativas de aproveitamento de embriões pouco aptos, que após o nascimento, podem apresentar os problemas de saúde citados anteriormente.
  4. A falta de comunicação do embrião e o corpo da mãe, nos primeiros dias de vida, de forma natural, dificulta enormemente a nidação correta, aumentando a taxa de perdas de embriões na nidação (implantação).
  5. A falta de comunicação do embrião com o corpo materno entre a fase da concepção até a nidação (implantação) também resulta em uma resposta ineficiente do corpo da mãe que precisa baixar suas defesas imunológicas para que o embrião não seja visto como um agressor ao seu corpo. Isso resulta em maiores riscos para a mãe e o bebê. Alguns riscos de saúde para a mulher que não tem a correta inibição imunológica na gestação sequer foram citados nos itens anteriores.
  6. Muitos outros detalhes explicam os riscos aumentados nos bebês concebidos por FIV.

Para a saúde da mulher, ainda é importante destacar que, como todo processo depende da super estimulação ovariana. Aproximadamente 1% das mulheres pode sofrer de uma síndrome de hiperovulação que consiste em uma excessiva resposta gonadotrófica. A forma severa da síndrome se caracteriza por um massivo crescimento do ovário, insuficiência renal, desconforto respiratório e fenômenos tromboembólicos (Delbaere et al 2006).

Tão inacreditável quanto o silêncio sobre os problemas éticos e riscos relacionados a FIV é o silêncio sobre uma solução muito mais eficaz e sem problemas éticos: a NaProTecnologia.  O tema é abordado de forma introdutória nesse artigo no site Aleteia, com foco para quem deseja conhecer mais e busca contornar problema de aparente infertilidade no casamento.

Este artigo tratou de resumir os principais elementos destacados no artigo dos doutores Pedro José Sanchez Abad, professor de bioética do Master de Bioética da Universidade de Múrcia e da Dra. Natalia López Moratalla, do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da Faculdade de Medicina de Navarra, publicado na revista Cuadernos de Bioética, em 2000.

Referência bibliográfica principal:

Sánchez PJ, López N. Carencias de la comunicación biológica en las técnicas de reproducción asistida. Cuadernos de Bioética 2009; XX(3):341.

Referências citadas, apud Sánchez e Lopez 2009:

Alukal, J.P., Lipshultz, L.I. (2008) “Safety of assisted reproduction, assessed by risk of abnormalities in children born after use of in vitro fertilization techniques”. Nature Clinical Practice UROLOGY, 5, 140-150.

DeBaun, M.R., Niemitz, E.L., Feinberg, A.P. (2003) ”Association of In Vitro Fertilization with Beckwith-Wiedemann Syndrome and Epigenetic Alterations of LIT1 and H19”. Am. J. Hum. Genet. 72, 156–160.

Delbaere, A., Smits, G., Vassart, G., Costagliola, S. (2006) “Genetic predictors of ovarian hyperstimulation syndrome in women undergoing in vitro fertilization”. Nature Clinical Practice Endocrinology & Metabolism, 2, 590-591.

Delbaere, I., Goetgeluk, S., Derom, C., De Bacquer, D., De Sutter, P., Temmerman, M (2007) “Umbilical cord anomalies are more frequent in twins after assisted reproduction” Human Reproduction, 22, 2763–2767.

El-Chaar, D., Yang, Q., Gao, J., Bottomley, J., Leader, J.A., Wen, S. W.,Walker, M.( 2008) “Risk of birth defects increased in pregnancies conceived by assisted human reproduction” . Fertil Steril.

Gicquel, C., Gaston, V., Mandelbaum, J., Siffoi, J.P., Flahault, A., Le Bouc, Y. (2003) “In Vitro fertilization May Increase the Risk of Beckwith-Wiedemann Syndrome Related to the Abnormal Imprinting of the KCNQ1OT”. Am. J. Hum. Genet., 72, 1338–1341.

Hansen, M., Bower, C., Milne, E., de Klerk. N, Kurinczuk, J.J. (2005) “Assisted reproductive technologies and the risk of birth defects—a systematic review”. Hum Reprod, 20, 328–338; Hansen, M. et al. (2007) “Practitioner reporting of birth defects in children born following assisted reproductive technology: does it still have a role in surveillance of birth defects?” Hum Reprod, 22, 516–520; Lie, R.T., Lyngstadaas, A., Orstavik, K.H., Bakketeig, L.S., Jacobsen, G., Tanbo, T. (2005) “Birth defects in children conceived by ICSI compared with children conceived by other IVF-methods; a meta-analysis”. Int J Epidemiol; 34, 696–701; Reefhuis, J., Honein, M.A., Schieve, L.A., Correa1, A., Hobbs, C.A., Rasmussen, S.A. and the National Birth Defects Prevention (2005) “Assisted reproductive technology and major structural birth defects in the United States” TheScientificWorldJOURNAL 5, 922–932; Schieve, L.A., Rasmussen, S.A., Reefhuis, J. (2005) “Risk of birth defects among children conceived with assisted reproductive technology: providing an epidemiologic context to the data”. Fertil Steril, 84, 1320–1324; Reddy UM et al. (2007) “Infertility, assisted reproductive technology, and adverse pregnancy outcomes: executive summary of a National Institute of Child Health and Human Development workshop”. Obstet Gynecol,109: 967–977; Zhu, J.L., Basso, O., Obel, C., Hvidtjørn, D., Olsen, J. (2009) “Infertility, infertility treatment and psychomotor development: the Danish National Birth Cohort”. Paediatric and Perinatal Epidemiolog, 23, 98–106.

Klemetti R et al. (2005) “Children born after assisted fertilization have an increased rate of major congenital anomalies”. Fertil Steril, 84, 1300–1307; cfr además: Merlob, P., Sapir, O., Sulkes, J., Fisch B. (2005) “The prevalence of major congenital malformations during two periods of time, 1986–1994 and 1995–2002 in newborns conceived by assisted reproduction technology” Eur. J. Med. Gen. 48. 5–11; Olson, C.K., Keppler-Noreuil, K.M., Romitti, P.A., Budelier, W.T., Ryan, G., Sparks, A.E., Van Voorhis, B.J. (2005) “In vitro fertilization is associated with an increase in major birth defects”. Fertil Steril, 84, 1308–1315; Clementini, E., Palka, C., Iezzi. I,, Stuppia. L. et al. (2005) “Prevalence of chromosomal abnormalities in 2078 infertile couples referred for assisted reproductive techniques”. Human Reproduction, 20, 437-442.

Marjoribanks, J., Farquhar, C., Marshall C. (2005) Systematic review of the health risks to the mother, child and family associated with the use of intracytoplasmic sperm injection (ICSI). Report to the Ministry of Health from the New Zealand Guidelines Group undertaken by the Cochrane Menstrual Disorders and Subfertility

Moll, A.C., Imhof, S.M., Cruysberg, J.R.M., Schouten-van Meeteren, A.Y.N. et al. (2003) “Incidence of retinoblastoma in children born after in-vitro fertilisation”. The Lancet, 361, 309-310.

Reefhuis, J., Honein1, M.A., Schieve L.A., Correa, A., Hobbs, C.A., Rasmussen S.A., (2008) “Assisted reproductive technology and major structural birth defects in the United States” Human Reproduction, 1-7; doi:10.1093/humrep/den387 .

Rimm, A.A., Katayama, A.C., Diaz, M., Katayama K. P. (2004), ”A Meta-Analysis of Controlled Studies Comparing Major Malformation Rates in IVF and ICSI Infants with Naturally Conceived Children”. Journal of Assisted Reproduction and Genetics, 21, 437-443.

Verlaenen, H., Cammu, H., Derde, M.P., Amy, J. (1995) “MRC Working Party on Children Conceived by In vitro Fertilisation”. J. Obstet. Ginecol. 86, 906-910.

Zhu, J.L., Basso, O., Obel, C., Bille, C., Olsen, J. (2006) “Infertility, infertility treatment, and congenital malformations: Danish national birth cohort”. BMJ, 333-679; doi:10.1136/bmj.38919.495718.AE; Midrio, P., Nogare, C.D., Di Gianantonio, E., Clementi, M. (2006) “Are congenital anorectal malformations more frequent in newborns conceived with assisted reproductive techniques?” Reprod Toxicol, 22,576–577; Green, N.S. (2006) “Risks of Birth Defects and Other Adverse Outcomes Associated With Assisted Reproductive Technology” Pediatrics, 114, 256-259; Wood, H.M., Babineau, D., Gearhart, J.P. (2007) “In vitro fertilization and the cloacal/bladder exstrophyeepispadias complex: A continuing association”. J. of Pediatric Urology 3, 305-310.

Se você teve um filho concebido por fertilização in vitro, esta criança é dom de Deus, amada igualmente. A dignidade da vida humana é sempre a mesma. E Deus ama cada ser humano de maneira igual.

Algumas pessoas acabam fazendo esta confusão ou sentindo-se vítima, por não compreenderem toda a questão ética sobre este assunto.

O problema ético consiste na forma da concepção, apenas, portanto, recai sobre a decisão moral dos pais.

Os pais, uma vez que entendam esta questão, devem buscar o arrependimento e estes terão o amoroso e sempre misericordioso perdão de Deus ao recorrerem com coração contritos ao Sacramento da Confissão com um Padre.

E a criança jamais deve ser vista de forma diferente de outra criança concebida naturalmente. Cada criança é um presente de Deus.

O problema moral da FIV está no fato de que não existe FIV sem seleção de embriões pré-implantação, portanto, sempre há descartes de embriões por “baixa qualidade genética”, bem como, congelamento de embriões excedentes ou os próprios embriões a serem implantados. Mas vale ressaltar que, ainda que houvesse perda de embriões, ocorre a procriação fora do ato conjugal, o que significa romper com a lei natural.

Perguntas frequentes sobre bioética e reprodução artificial

1. Quando começa a vida humana segundo a ciência?

A vida humana se inicia na concepção, momento em que o espermatozoide fecunda o óvulo, formando o zigoto, uma nova célula com um DNA único e distinto da mãe e do pai. A partir daí, este ser humano, chamado de embrião, inicia seu desenvolvimento, passando por diferentes fases (zigoto, mórula, blastocisto, feto) até o nascimento.

3. A Fertilização in Vitro (FIV) é eticamente problemática?

Sim, a FIV apresenta diversos problemas éticos, principalmente pelo descarte e congelamento de embriões. Durante o processo, são fertilizados mais embriões do que os que serão implantados, e aqueles considerados “menos aptos” são descartados, numa prática eugenista. Os embriões congelados também representam um dilema ético, pois são vidas humanas em estado de suspensão.

4. Quais as alternativas éticas à FIV para casais inférteis?

Existem diversas alternativas à FIV que respeitam a dignidade da vida humana e podem ajudar casais inférteis a realizar o sonho de ter filhos. Algumas delas são:

  • NaProTecnologia (NaProTechnology): técnica médica que busca identificar e tratar as causas da infertilidade feminina, trabalhando em cooperação com o ciclo natural da mulher.
  • Adoção: ato de amor que oferece um lar a uma criança que precisa e permite ao casal vivenciar a paternidade e maternidade de forma plena. Leia o livro Entenda a Adoção.

5. Se Deus concede a vida por meio da FIV, por que é errado?

Essa é uma dúvida sincera de muitos cristãos. Vamos refletir: Deus também concede o sopro da vida quando uma mulher é estuprada e engravida. Porém, Deus jamais desejou que houvesse o crime hediondo da violação sexual. Isso nos indica que Deus respeita as leis naturais que Ele sabiamente instituiu.

Qual seria essa lei? A lei de que, com a junção do espermatozoide e o óvulo, a vida humana pode ser concebida.  

Deus deseja que busquemos essa união dentro do ato conjugal que se dá no matrimônio, como um reflexo do amor incondicional e por toda a vida. Essa é a condição ideal para uma vida ser concebida segundo o Plano de Deus. Se, porventura, uma vida é concebida em um adultério ou fruto de um estupro, respeitando a mecânica das leis do Criador, a vida é gerada. Assim também, se o ser humano juntar o material genético em laboratório, Deus permanece fiel às Suas leis e permite a geração da vida. 

6. Mas Deus não deu a ciência ao homem?

Essa é outra reflexão que gera confusão. Deus deu-nos a inteligência para usar de modo ordenado e conforme a lei natural, inscrita em nosso coração, mas principalmente, revelada por Cristo e, por Cristo através da sua Igreja. 

Deus deu a ciência ao homem e alguns criaram a bomba atômica, máquinas de destruição em massa, armas biológicas terríveis. Alguns homens usam o conhecimento e os talentos dados por Deus para criar sites. Enquanto alguns criam sites para a evangelização ou obras caritativas, outros usam do mesmo tipo de conhecimento para criar sites pornográficos onde se sustenta o tráfico humano, violações de todo o tipo, abortos forçados contra atrizes, consumo de drogas etc. 

Deus deseja que os médicos utilizem a ciência para tratar os enfermos, não para criar vidas humanas em laboratório, descartar as que tem menos qualidade e congelar outras para uso futuro ou descarte posterior.

7. Você sabia que a FIV não cura a infertilidade e o casal permanece com a enfermidade?

Este é outro ponto de implicação ética importante. A violação da vida concebida, certamente, é mais grave. Mas é grave também um médico literalmente driblar a cura de uma doença e simplesmente vender o processo de FIV.

A infertilidade não é uma doença, é um SINTOMA.

Ou seja: resolver o problema com a FIV é uma enganação. O paciente continuará com um problema, mas ele será ocultado ou remediado só nos sintomas, com pílula anticoncepcional, por exemplo. 

Doenças como síndrome dos ovários policísticos (SOP), miomas, endometriose etc, são erroneamente tratados com pílula anticoncepcional. As vezes, o casal pode até ter êxito ao ter filhos por FIV, mas anos depois poderá ter sérios problemas por não ter curado a endometriose na sua causa.

Assim, a FIV gera consequências éticas e morais sem precedentes, ao criar, descartar e congelar vidas humanas, e o paciente sequer foi tratado de forma ética e curado de sua enfermidade. A FIV virou um atalho terrível.

8. Filho não é um direito, mas um dom

Um dos motivos pelos quais tantos casais buscam a Fertilização In Vitro vem da noção errônea de que tem direito de ter filhos. O casal por falta de orientação, acabar por não compreender que nem tudo é direito. A própria felicidade e as nossas realizações, não podem ser vistas como um direito a ser reivindicado perante o Estado ou Instituições da saúde. Essa visão de mundo é errada e não preenche o coração de ninguém, ao contrário, gera frustrações sem precedentes.

Assim como a nossa vida nos foi dada de graça, um dom, um presente, também a vida de nossos filhos deve ser entendida como um presente de Deus. E se Deus ainda não concedeu esse presente, não quer dizer que somos menos amados por Deus. O casal precisa compreender que não é menos abençoado por não ter filhos, mas que pode existir, dentro do Plano de Deus, um tempo de espera ou algum outro motivo para os filhos não terem vindo. 

É, de fato, algo doloroso. Por isso, devem buscar ajuda sob o ponto de vista espiritual, psicológico (se necessário), pastoral e médico – sempre de forma ética.

9. Cada pessoa tem o direito de ser concebida naturalmente

O casal não tem direito a ter um bebê. Mas cada bebê tem o direito de ser concebido naturalmente, como fruto do amor de seus pais, dentro do matrimônio. É isso que diz o Catecismo da Igreja Católica, no item 2378:

O filho não é uma dívida, é uma dádiva. O«dom mais excelente do matrimónio» é uma pessoa humana. O filho não pode ser considerado como objeto de propriedade, conclusão a que levaria o reconhecimento dum pretenso «direito ao filho». Neste domínio, só o filho é que possui verdadeiros direitos: o de «ser fruto do ato específico do amor conjugal dos seus pais, e também o de ser respeitado como pessoa desde o momento da sua concepção» 

 Assim, vemos que o problema moral da FIV tem múltiplas faces:

  • separação da dupla finalidade unitiva-procriativa do ato conjugal
  • violação do direito da criança de ser concebida naturalmente
  • violação das vidas que são concebidas para depois serem congeladas e descartadas.

Os direitos em jogo são:

  • direito do bebê ser concebido naturalmente; e
  • direito dos embriões de não terem suas vidas violadas.
  • o direito do casal ter sua saúde tratada de fato, na causa. E a FIV viola esse direito, porque dribla a causa da infertilidade.

10. Por que a Igreja é contra a Fertilização In Vitro (FIV)

Como vimos, no Catecismo da Igreja, na citação anterior, a Igreja alerta que o processo viola a natureza do ato conjugal e também o direito de cada pessoa concebida. Além disso, a Igreja alerta que em todo o processo de FIV ocorre o descarte e congelamento de embriões, que são vidas humanas.

Os documentos da Igreja são bastante completos sobre o tema.

Diz a Igreja na Dignitas Personae, item 14.

14. O fato de a fecundação in vitro comportar frequentemente a eliminação voluntária de embriões já foi apontado pela Instrução Donum vitae [26] . Alguns pensavam que isso fosse devido a uma técnica ainda parcialmente imperfeita. A experiência sucessiva demonstrou, porém, que todas as técnicas de fecundação in vitro procedem, de facto, como se o embrião humano fosse um simples conjunto de células, que são usadas, selecionadas e rejeitadas.

Há ainda hoje quem diga que fará uma FIV sem gerar embriões excedentes. Isso é uma mentira. A verdade pode ser a de que não sobrarão embriões após se conseguir engravidar. Mas durante o processo, certamente serão gerados mais embriões para avaliação qualitativa e para as falhas no processo de implantação.

Quando mostramos isso alguns dizem que as perdas por falha na implantação equivalem a perdas naturais em processos de concepção e implantação sem a FIV. Essa argumentação já era antiga e, por isso, a Igreja já alertou isso na Dignitas Personae, item 15, no ano de 2008:

15. Não é raro objetar que essas perdas de embriões seriam, o mais das vezes, não intencionais ou contra a vontade dos pais e dos médicos. Afirma-se que os riscos não seriam muito diferentes dos ligados ao processo natural da geração, e que querer comunicar a vida sem correr nenhum risco equivaleria, na prática, a abster-se de a transmitir. É verdade que nem todas as perdas de embriões no âmbito da procriação in vitro têm a mesma relação com a vontade dos sujeitos interessados, mas também é verdade que, em muitos casos, o abandono, a destruição ou as perdas de embriões são previstos e desejados.

Os embriões produzidos in vitro que apresentam defeitos são diretamente eliminados. São cada vez mais frequentes os casos em que casais não estéreis recorrem às técnicas de procriação artificial com o único objetivo de poder realizar uma seleção genética dos seus filhos. É já prática comum, em muitos Países, a estimulação do ciclo feminino para obter um elevado número de ovócitos a fecundar. Entre os embriões produzidos, um determinado número é transferido para o seio materno e os restantes são congelados para eventuais futuras intervenções reprodutivas. A finalidade da transferência múltipla é assegurar, por quanto possível, a implantação de pelo menos um embrião. O meio usado para atingir esse fim é a utilização de um número maior de embriões em relação ao filho desejado, assegurando a procriação na previsão de alguns se perderem e, por outro lado, evitando a gravidez múltipla. Assim, a técnica da transferência múltipla comporta, de facto, um tratamento puramente instrumental dos embriões. Impressiona o fato de nem a comum deontologia profissional nem as autoridades sanitárias admitirem, em nenhum outro âmbito da medicina, uma técnica com uma taxa global tão alta de êxitos negativos e fatais. As técnicas de fecundação in vitro são, efetivamente, aceites, porque se pressupõe que o embrião não mereça pleno respeito, pelo facto de entrar em concorrência com um desejo a satisfazer. (grifo nosso)

A seguir, o mesmo documento ressalta o outro problema moral inerente a FIV, que é a separação dos aspectos unitivo-procriativo do ato conjugal, no item 16:

16. Além disso, é eticamente inaceitável para a Igreja a dissociação da procriação do contexto integralmente pessoal do acto conjugal [29] , pois a procriação humana é um acto pessoal do casal homem-mulher, que não admite nenhuma forma de delegação substitutiva. A aceitação pacífica da altíssima taxa abortiva das técnicas de fecundação in vitro demonstra eloquentemente que a substituição do acto conjugal porum procedimento técnico – além de não ser conforme ao respeito devido à procriação, que não se reduz à simples dimensão reprodutiva – contribui para enfraquecer a consciência do respeito devido a cada ser humano. O reconhecimento de tal respeito é favorecido pela intimidade dos esposos, animada pelo amor conjugal.

A Igreja reconhece a legitimidade do desejo de ter um filho e compreende os sofrimentos dos cônjuges angustiados com problemas de infertilidade. Tal desejo, porém, não pode antepor-se à dignidade de cada vida humana, a ponto de assumir o domínio sobre a mesma. O desejo de um filho não pode justificar a “produção”, assim como o desejo de não ter um filho já concebido não pode justificar o seu abandono ou destruição.

Mais adiante, o documento alerta os problemas morais do congelamento de embriões, ressaltando que, como se comprova ainda nos dias atuais, o congelamento é feito mesmo quando não há embriões para novos processos de implantação. 

O congelamento dos embriões

18. Um dos métodos adoptados para obter o melhoramento da taxa das técnicas de procriação in vitro é a multiplicação do número dos tratamentos sucessivos. Para não repetir as extracções dos ovócitos na mulher, procede-se a uma única extracção múltipla de óvocitos, seguida da crioconservação de uma parte importante dos embriões obtidos in vitro [35] , em previsão de um segundo ciclo de tratamento, no caso de insucesso do primeiro, ou no caso de os pais quererem outra gravidez. Por vezes, procede-se ao congelamento dos embriões destinados à primeira transferência, porque a estimulação hormonal do ciclo feminino produz efeitos que aconselham a esperar pela normalização das condições fisiológicas antes de proceder à transferência dos embriões para o seio materno.

A crioconservação é incompatível com o respeito devido aos embriões humanos e pressupõe a sua produção in vitro; expõe-nos a graves riscos de morte ou de dano para a sua integridade física, enquanto uma alta percentagem não sobrevive às práticas de congelamento e de descongelamento; priva-os, ao menos temporariamente, do acolhimento e da gestação materna; põe-nos numa situação susceptível de ulteriores ofensas e manipulações [36] .

A maior parte dos embriões não utilizados ficam “órfãos”. Os seus pais não os reclamam e muitas vezes perde-se-lhes o rasto. Daí a existência de depósitos de milhares e milhares de embriões congelados em quase todos os Países onde se pratica a fecundação in vitro.

 

11. A infertilidade pode ser psicossomática?

Há anos venho estudando o tema e verificando mais indícios e exemplos práticos sobre como pode haver componentes psicológicos e de formação da identidade, masculina e feminina, como fatores ou cofatores das causas de casos de infertilidade. Em estudos de psicologia há um grau maior de subjetividade, concordo. Por isso, com prudência e rigor, tenho analisado o tema. Uma forma de analisar o tema de modo mais objetivo é estudar a correlação de indicadores endocrinológicos dentro de uma perspectiva que envolve biologia e neurociência.

Explicação neurocientífica e biológica da possibilidade da origem psicológica da infertilidade

Há explicações tanto para a origem feminina quanto masculina da infertilidade.

Na mulher, o ciclo hormonal feminino tem correspondência emocional e comportamental. Isso hoje é bem compreendido pelo eixo hipotálamo-hipófise-gônadas (HHG). O hipotálamo regula a liberação de GnRH → que atua na hipófise anterior → liberando LH e FSH → que atuam nos ovários para produzir estrogênio e progesterona. Esses hormônios retroalimentam o cérebro, influenciando regiões como: Amígdala (emoções), Hipocampo (memória emocional) e o Córtex pré-frontal (autorregulação, tomada de decisão). As flutuações hormonais durante o ciclo menstrual afetam diretamente o estado emocional, motivacional e comportamental da mulher e vice versa. As flutuações psíquicas e as crenças podem gerar uma conformidade do corpo a sua mente, gerando alterações hormonais significativas, impedindo a fertilidade.

Também pelo estudo da epigenética verifica-se a capacidade de experiências e interferências da vida afetarem a plasticidade cerebral ou o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA), responsável pelas respostas ao estresse. A epigenética mostra que fatores ambientais (nutrição, afeto, estresse materno) podem ativar ou silenciar genes envolvidos no sistema endócrino e imunológico. Isso explicaria o porquê uma mulher que vivenciou rejeição precoce, medo da maternidade ou desvalorização do corpo materno pode desenvolver, inconscientemente, bloqueios à fertilidade. Essa tese tem se tornado mais forte a cada dia.

Uma das fontes que corroboram essa análise é o artigo “Infertility as a Psychosomatic Defense” da Dra. Therese Benedek, médica que propõe uma leitura psicanalítica e psicossomática da infertilidade funcional (sem causa orgânica identificada), compreendendo-a como uma defesa inconsciente contra os desafios emocionais da gravidez e da maternidade.

Nos casos de infertilidade por causa masculina, também podemos analisar sob esse ponto de vista. Desde cedo, o homem é levado a construir sua identidade em torno de força, desempenho e virilidade. A fertilidade, nesse contexto, torna-se parte da validação de sua masculinidade.

Conflitos inconscientes ligados à identidade masculina — como medo de não ser “suficientemente homem”, medo da paternidade ou insegurança sexual — podem afetar a função reprodutiva, mesmo sem qualquer causa orgânica identificável.

O Eixo HPG (Hipotálamo-Hipófise-Gônadas) e vulnerabilidade ao estresse tem um papel importante e se comunica com variáveis psicológicas. O GnRH → LH e FSH → estímulo à produção de testosterona e espermatozoides é um eixo altamente sensível ao estresse emocional e a estados depressivos ou ansiosos.

Por exemplo: o aumento de cortisol (estresse crônico) pode inibir a liberação de GnRH. Isso reduz a espermatogênese e a produção de testosterona, impactando:

  • Libido
  • Função erétil
  • Qualidade e quantidade do sêmen

Homens sob intensa pressão psicológica ou com conflitos não resolvidos com a paternidade podem desenvolver disfunções sutis que se traduzem em infertilidade funcional, sem causa médica clara.

Estudos mostram que homens também sofrem mudanças cerebrais e hormonais com a paternidade, como:

  • Redução de testosterona (para facilitar o cuidado)
  • Aumento de ocitocina e prolactina, promovendo vínculo afetivo com o bebê
  • Alterações na atividade do córtex pré-frontal e da amígdala, modulando emoções, empatia e controle da agressividade

➡ Homens com rejeição do papel paterno, traumas de infância, ou que vivenciaram modelos negativos de pai, podem resistir inconscientemente a essas mudanças — ativando defesas somáticas, inclusive no eixo hormonal.

Fatores simbólicos: esperma, potência e autoestima
O sêmen, na psicodinâmica masculina, tem valor simbólico: é associado a potência, virilidade e capacidade criativa.

Homens que sentem-se fracassados profissionalmente ou socialmente podem ter têm culpa sexual, associados a paternidade com perda de liberdade, e isso pode associar-se a sintomas como:

  • Azoospermia (sem espermatozoides)
  • Baixa motilidade
  • Disfunção erétil
  • Ejaculação precoce ou retardada

Mesmo com exames hormonais e andrológicos normais, esses sintomas podem ser expressões somáticas de conflitos emocionais inconscientes. Essa abordagem um pouco inovadora sobre o tema pode ser útil para que casais busquem, além das abordagens médicas eticamente aceitáveis, um percurso de psicoterapia que possa lhes auxiliar em eventuais sinais que possam agora, cientes dessa possibilidade, perceber de forma mais acurada. Se você desconfia que, em algum grau, pode haver questões psíquicas envolvidas devido a sua história de vida, não se culpe. Fique atento(a) a mais sinais e não deixe de buscar um autoconhecimento através de um processo terapêutico sério, que pode ser benéfico de um modo geral e, talvez, afetar positivamente a fertilidade.