Após a morte do Padre Doyle, que não era apenas meu amigo, mas o guia e ajudante de vários que estão próximos e são queridos a mim, eu me comprometi, na casa de minha irmã, a escrever uma breve memória de sua vida. Esta tarefa, levemente empreendida como um tributo pessoal, agora tomou dimensões imprevistas. Nem eu nem ninguém, então, fazíamos ideia da existência de uma série de periódicos espirituais e registros pessoais que Doyle havia escrito para seu uso exclusivo e orientação.

Se ele tivesse morrido em decorrência de uma doença em seu próprio quarto, ele sem dúvida teria destruído completamente esses papéis íntimos. A sua morte como um mártir de caridade num longínquo campo de batalha foi a providencial chance de resgatar essas anotações. Elas foram encontradas entre seus poucos pertences em seu quarto em Rathfarnham, acompanhadas de instruções explícitas que determinavam que, em caso de sua morte, deveriam ser queimadas sem serem abertas.

Felizmente, seu Superior, Pe J. Brennan, S.J., e seu irmão, P. C. Doyle, S.J., decidiram que seria melhor violar formalmente um pedido que tinha sido inspirado em

motivos que haviam deixado de ter importância. Esses papéis foram-me entregues; e foi dessas autorrevelações íntimas, que nunca foram destinadas a qualquer olho exceto o do escritor, que ao menos a parte mais valiosa do presente livro foi compilada. Se eu tivesse previsto essa quantidade de material, teria deixado esta biografia a um maior número de pessoas competentes, especialmente porque eu somente posso dedicar a ela algumas das horas de lazer escasso em meio a uma vida agitada. Mas uma vez tendo empreendido isso, senti que não podia agir como um mero transcritor ou editor. Sem de forma alguma omitir meus próprios pontos de vista, que em tais assuntos não têm relevância, tentei fornecer um estudo, bem como um registro. Procurei não apenas fazer uma crônica dos pensamentos e experiências do Padre Doyle, mas também, em certa medida, mostrar sua verdadeira perspectiva, inserindo-os na tradição rica e inclusiva da espiritualidade católica. Foi com esse objetivo em vista que escrevi, mais amplamente do que é usual em uma mera biografia sobre outros escritores espirituais, especialmente sobre aqueles que eram os autores favoritos do Padre Doyle.

Tentei, em particular, dar ênfase aos ideais de S. Inácio, conforme revelados em suas Cartas e nos Exercícios Espirituais, e distinguir cuidadosamente entre esses ideais gerais e suas adaptações individuais ou arranjos especiais. Nesse ponto, posso ter sido excessivamente cuidadoso e irritantemente insistente. Mas minha intenção, por mais defeituosa que tenha sido sua execução, foi a de fazer deste livro não apenas um esboço da vida do Pe Doyle, mas também, como estou convencido de que ele mesmo teria desejado, o prolongamento de seu trabalho de vida. A última parte deste livro de memórias reconta as experiências de Padre Doyle como Capelão Militar. Foi compilada quase inteiramente a partir das cartas que ele mandava para casa para ser lidas por seus parentes e amigos íntimos, sem a mínima intenção de publicação posterior.

Ao incluir essas interessantes cartas da Frente, não foi minha intenção, assim como não o foi da parte do escritor, fazer outro acréscimo à “literatura de guerra”. Este livro se propõe ser simplesmente o registro de uma vida apostólica e o estudo

de uma personalidade espiritual muito notável. Suas experiências na Frente são de natureza biográfica e espiritual interesse e ajudam a corrigir o que, de outra forma, poderia ser uma impressão parcial enganosa.

Em obediência ao decreto do Papa Urbano VIII, eu enfatizo que tudo que está escrito neste livro não tem outra força ou crédito senão o que se fundamenta na autoridade humana.

Portanto, nenhuma expressão ou declaração tem a intenção de pressupor a aprovação da Igreja ou antecipar sua decisão.

Não fosse pela assistência e encorajamento contínuos do Padre Charles Doyle, S.J., este livro de memórias nunca teria sido empreendido ou escrito. O Padre F. Browne, S.J., prontamente me forneceu informações sobre muitos pontos conectados com os dois últimos capítulos. Tenho que agradecer à minha irmã, Irmã M. Anthony, pela ajuda na transcrição. O mapa foi gentilmente desenhado para mim pelo Sr. D. R. Kennedy, B.E. Estou muito agradecido aos impressores, Sr. Purcell e Co., Cork, por seu interesse, atenção e eficiência.