Quando falamos em aborto, por exemplo, alguns podem pensar que a preocupação em salvar a vida do bebê no ventre materno possa estar esquecendo ou sendo insensível aos dramas vividos pelas mulheres, que muitas vezes vivem situações de extrema fragilidade e sofrimento. Isso é um grande engano, porque os pró-vidas são os que mais trabalham em defesa e na proteção das mulheres, especialmente as gestantes em vulnerabilidade, dando a elas uma proteção e um cuidado integral e humano.
Não existe negligência com a mulher ao se proteger afirmando para a sociedade que a vida que ela carrega no seu ventre deve ser acolhida.
Primeiro, porque para abortar o bebê, deve-se tirar-lhe a vida e esse extermínio não vai evitar que a mulher passe por um procedimento para retirada do corpo do bebê de seu ventre, o que tende a ser um evento traumático tirar-lhe sem vida. Ao ajudar a mulher a passar pela gestação e tomar a decisão que valoriza a vida, garante-se a mulher sua dignidade, e evita-se violações que vão contra sua própria natureza e essência.
Assim, o aborto não servirá de forma terapêutica para a mulher que viveu um trauma ou uma violência sexual.
O aborto traz, na verdade, muitas consequências para muitas mulheres que passam por essa experiência.
Como ressaltou o Papa Francisco na Exortação Evangelium Gaudium, item 213: “a defesa da vida nascente está intimamente ligada à defesa de qualquer direito humano’
A defesa da vida “Supõe a convicção de que um ser humano é sempre sagrado e inviolável, em qualquer situação e em cada etapa do seu desenvolvimento.”
E continua o Pontífice:
O ser humano:
“é sempre fim em si mesmo, e nunca um meio para resolver outras dificuldades. Se cai esta convicção, não restam fundamentos sólidos e permanentes para a defesa dos direitos humanos, que ficam sempre sujeitos às conveniências contingentes dos poderosos do turno”.
Nesse sentido, o Papa conclama que façamos mais para defender a vida humana e “acompanhar adequadamente as mulheres que estão em situações muito duras, nas quais o aborto lhes parece como uma solução rápida para as suas angústicas” (…) (EG 214).
O Papa ressalta ainda que “não é progressista eliminar uma vida humana”.
Diante desse chamado, temos que nos perguntar como podemos melhor acompanhar adequadamente essas mulheres!?
Podemos pensar em algumas medidas práticas para remediar essas situações difíceis.
- Podem ser criados serviços de apoio e acolhimento para gestantes em crise, em projetos pró-vida, igrejas e entidades diversas;
- Pode-se trabalhar com serviços de coleta e distribuição de enxovais;
- Pode-se oferecer cuidados psicológicos, médicos, pré-natais subsidiados ou gratuitos para gestantes vulneráveis;
- Pode-se oferecer formações de qualificação profissional, e todo um conjunto de medidas caritativas que virão a remediar essas situações, que infelizmente se tornaram comuns na sociedade.
Existem muitas casas de acolhimento e projetos que têm oferecido estes e muitos outros serviços gratuitos e voluntários para gestantes e dado a elas um verdadeiro direito humano.
Precisamos de bombeiros e engenheiros
Tomando por base a analogia comumente feita por nosso professor André Parreira, quando nos ensina sobre a temática da catequese matrimonial. Para muitos problemas é preciso de “bombeiro” e de “engenheiro”.
Assim, uma gestação em crise é como um incêndio e requer um rápido atendimento de um “bombeiro”, com soluções imediatas e éticas, assim, o bombeiro vai garantir que não o mal não se alastre e gere repercussões piores, neste caso, a perda de uma vida humana (bebê), um novo trauma e arrependimento, que pode impactar a vida dessa mulher até o fim da sua vida, como temos incontáveis casos registrados de arrependimento e sofrimento pós-aborto.
Mas para evitar os incêndios, são necessários também os engenheiros, atuando na prevenção do problema. É importante trabalhar em um projeto que evite uma gestação em crise onde se pensa em abortar.
Para trabalhar como engenheiros nessa temática, são precisos esforços formativos, visando fortalecer as famílias, promover valores fundamentais, compreender o plano de Deus para o matrimônio, a correta concepção e o sentido da sexualidade humana, educar os jovens e também os adultos para valorizar cada vida humana sempre!
Isso envolve ensinar que a vivência da sexualidade entre homem e mulher é própria do matrimônio, porque esse é o ambiente ideal para que se acolha uma nova vida. É preciso ensinar ao todos na sociedade que a transmissão da vida é uma consequência natural da união entre homem e mulher, e a possibilidade de transmitir a vida deve estar na mente e no coração do casal. E que a sexualidade compreendida nestes termos, conformes a lei natural, poderá ser vivida com maior responsabilidade. Há inúmeras formas de abordar temas para prevenção e educação para a valorização da vida e estes esforços precisam ocorrer em todos os níveis da sociedade: nas igrejas, pastorais, movimentos de família, encontros de casais, e também nos ambientes seculares, nas formações com jovens, e ainda, na família, com a disseminação de uma cultura que valorize as relações humanas conforme o plano de Deus e a ética que respeita a lei natural, aceitando a vida como um dom sempre.
Para falar de cultura da vida, precisamos falar de família e resgatar conceitos básicos, mas que foram esquecidos nos nossos tempos e nessa cultura do descartável.
As últimas vitórias da cultura da morte no Brasil exigem de todos um novo ritmo nos trabalhos em defesa da vida.
Precisamos multiplicar por 10 o número de iniciativas em apoio a gestantes em vulnerabilidade.
Cada um de nós precisa apoiar casas pró-vida financeiramente ou com doações diretas de itens essenciais a seu trabalho;
Muitos de nós serão chamados a criar novos serviços, em pastorais da Igreja ou em projetos pró-vida, para aumentar a capilaridade da rede pró-vida;
É necessário que facilmente qualquer gestante em crise ouça falar por alguém próximo, de que na paróquia do bairro ou em um projeto na sua cidade, existe apoio para gestantes em dificuldade.
Se você deseja ajudar a valorizar a vida humana existem muitas formas e o Instituto e Editora Pius têm atuado incansavelmente neste compromisso, com ajuda de centenas de seguidores e parceiros. Atendemos por WhatsApp e por todas as nossas mídias, pessoas que queiram ajudar de forma sincera nessa causa, portanto, conte conosco se você é pró-vida e engaje-se hoje mesmo em alguma atividade direta de proteção e valorização da vida.
Este artigo é um chamado urgente diante dos últimos acontecimentos.
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