1 –Qual a diferença entre esta e a nova versão anterior publicada pela CNPF?

Com a motivação do Ano Amoris Laetitia e o Encontro Mundial das Famílias, fizemos uma grande revisão no livro. A estrutura continua a mesma, como o tamanho das reuniões, a leitura partilhada, as tarefas e os temas. As alterações foram:

a) Dividimos alguns encontros em dois, pois a experiência mostrou que estavam longos e tratavam temas que precisam ser contemplados separadamente com maior profundidade:

– Encontro 3 dividido em dois: em um encontro para abordar 6 sacramentos e outro encontro somente o sacramento do matrimônio.

– Encontro 4 dividido em dois: um para abordar a celebração do matrimônio em outro encontro e em outro as questões jurídicas e canônicas.

b)Os textos foram revisados e melhorados para serem mais claros, simples e também mais profundos. Alguns títulos de encontros foram também alterados.

c) A sequência foi alterada, ficando assim:

Encontro 1. O amor conjugal
Encontro 2. Conhecimento, diálogo e amizade: a harmonia conjugal
Encontro 3 – Os sacramentos
Encontro 4 – O Sacramento do Matrimônio
Encontro 5 – O Matrimônio no Direito Canônico
Encontro 6 – A celebração do Matrimônio
Encontro 7 – Viver a fé no cotidiano da família
Encontro 8 – Matrimônio e a administração do lar
Encontro 9 – A sexualidade na vida matrimonial
Encontro 10 – Filhos: os mais belos frutos do Matrimônio
Encontro 11 – Regulação da Natalidade
Encontro 12 – Reflexões sobre a Educação dos Filhos

2 – Este livro atende ao novo documento Itinerários Catecumenais para a Vida Matrimonial publicado pela Santa Sé em Junho de 2022?

Sim, ele foi construído a partir da vivência dos Encontros de Preparação para o Matrimônio na forma de acolhimento dos noivos. Esta modalidade está em sintonia com as orientações da Igreja conforme os Itinerários Catecumenais para a Vida Matrimonial, publicado pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida em 15/06/2022. Ele não é a totalidade do catecumenato, mas um subsídio para a Etapa Próxima, a etapa obrigatória que ainda é conhecida como Encontros ou Cursos de Noivos. O novo documento da Igreja propõe a ampliação da preparação, para que todas as dioceses possam atender as 3 etapas, mas não alterou a etapa próxima, já contemplada pelo livro, tanto em sua versão anterior quanto a nova versão.

Mas reforçamos que estes encontros não devem ser uma oferta isolada na vida paroquial. O ideal é que estejam dentro de uma estrutura ampla na paróquia, onde também aconteçam diversas iniciativas da Preparação Remota e que também exista a Preparação Imediata.

3 – Então este não é mais um material oficial da CNPF/CNBB? Ele pode ser adotado pelas dioceses?

Os subsídios fornecidos pela CNPF são ótimos materiais de apoio às dioceses e paróquias, especialmente nas questões de estruturação a animação das atividades da Pastoral Familiar.

Contudo, não são Magistério da Igreja e, desta forma, não podem ser a única fonte de formação. Existem diversas iniciativas a serem valorizadas, principalmente em um país com mais de 200 milhões de pessoas.

Na Amoris Laetitia, o Papa Francisco diz que “Há várias maneiras legítimas de organizar a preparação próxima para o matrimônio e cada Igreja local discernirá a que for melhor”(AL207). Assim, segundo as realidades locais e as preferências do bispo e de sua equipe diocesana, não há necessidade de uma uniformidade nacional desde que os fundamentos sejam respeitados, ou seja, que seja uma maneira legítima.

Desta forma, cada diocese é livre para fazer sua opção, desde que sejam materiais em sintonia com o Magistério da Igreja. E isso sempre foi assim, diversas dioceses no Brasil já produzem seus próprios materiais. Segundo o documento Itinerários Catecumenais para a Vida Matrimonial, publicado pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida em 15/06/20: “como se disse, corresponde a cada diocese elaborar ou repensar seu próprio itinerário de preparação para o matrimônio” (16).

O documento também pede que os materiais sejam “testados”(conf. 17) antes de serem amplamente utilizados .Também neste quesito o livro traz segurança às dioceses, pois sua primeira versão – publicada pela CNPF durante 6 anos – já foi utilizado por dezenas de dioceses e por mais de 100.000 casais. Além disso, muitas dioceses já relataram os benefícios de sua utilização.

Seus autores (André e Karina Parreira) já foram membros da Comissão Nacional da Pastoral Familiar como casal referencial nacional, possuem um livro sobre a preparação para o Matrimônio recomendados pelo Dicastério da Família e foram convidados por este dicastério a fazerem uma das conferências do Encontro Mundial das Famílias em Roma, em 2022.

4 – Como usar este material?

A proposta é que este material favoreça a realização de encontros em um ambiente de simplicidade, mas com grande profundidade e comprometimento.

Destacamos que um dos pilares desta proposta é a geração de vínculo entre agentes e os casais que buscam a preparação, de modo que este seja o ponto de partida para uma futura e constante pastoral de acompanhamento das famílias que se formam na comunidade.

“Acolhê-los e acompanhá-los com paciência e delicadeza ”(AL 294).

Trata-se de uma proposta simples, em que não é necessário preparar palestras, slides, vídeos e outras apresentações. Assim, não há a barreira do medo de falar em público e muitos casais podem colaborar como acolhedores de noivos.

Os encontros deste livro estão organizados sob a perspectiva de um grupo com até 6 casais, sendo até 4 casais de noivos ou namorados e até 2 casais de agentes. Temos notícias de bons resultados também quando um casal de agentes acompanha um único casal candidato ao matrimônio, mas isso depende da disponibilidade de agentes e da demanda paroquial.

Além das atividades propostas, sugerimos que no intervalo entre reuniões, enviem aos casais mensagens com textos, vídeos e músicas, através dos aplicativos (Whats App, Telegram etc), sempre relacionadas aos temas refletidos.

5 – Qual a duração desta Etapa?

Se os encontros forem unicamente semanais (um por semana), o programa do livro pode ser cumprido em 4 meses.

Mas, para melhor resultado, sugerimos que sejam realizados com o intervalo mínimo de 2 semanas. A depender da densidade do encontro e do volume de atividades propostas, pode ser interessante que para alguns encontros o intervalo seja de três ou mesmo quatro semanas.

Além dos encontros previstos neste livro, considerem também haver uma missa de apresentação dos casais e uma missa de encerramento (seguida de reunião com o sacerdote e confraternização), bem como uma reunião com o sacerdote no decorrer da etapa, de tema livre à sua escolha.

Considerando tudo isso e as épocas em que os encontros não são possíveis (semana santa, festas de padroeiros etc), os casais estarão envolvidos com esta etapa de formação e discernimento por aproximadamente um ano.

6 – Os catequistas/agentes do catecumenato matrimonial precisam ser especialistas em temas do Matrimônio?

Não há necessidade de haver casais “experts” em alguns temas, pois o objetivo é que casais que vivem o matrimônio partilhem suas vidas e o conteúdo necessário fica garantido através da leitura do livro nas reuniões e realização das tarefas pelos casais.

Por outro lado, os catequistas/agentes precisam ser responsáveis e interessados pelo tema do matrimônio. Não basta que se apoiem na sua experiência de vida, que enriquece muito os encontros, mas que se preparem com responsabilidade, estudando previamente os capítulos, fazendo seus destaques pessoais e buscando auxílio no seu grupo de pastoral para sanar eventuais dúvidas.

É bom que sejam interessados pelos temas e busquem leituras de outras fontes (de preferência católicas para não colocar em risco a doutrina) para enriquecer cada capítulo.

A participação de especialistas em temas específicos é sempre construtiva, desde que acreditem ou, pelo menos, respeitem a doutrina católica. Contudo, não é necessário que os especialistas assumam capítulos do livro.

7 – Os candidatos ao matrimônio (noivos/namorados/coabitantes) farão encontros com diferentes catequistas/agentes?

O ideal é que os encontros aconteçam sempre com o mesmo grupo, não havendo rodízio. Ou seja, os casais acolhedores trabalham com todos os temas. Isto favorece também a criação de vínculo afetivo entre os casais e até o desenvolvimento de boas amizades.

8 – Qual o perfil de um casal coordenador de um grupo de catecumenato/preparação próxima?

Recomendamos que os coordenadores dos grupos sejam casais que vivam o sacramento do Matrimônio. É importante haver um homem e uma mulher para que haja abertura para noivos se aproximarem de um ou de outro no caso de algum assunto específico do sexo masculino ou do feminino. Contudo, a equipes podem contar com a valiosa participação de pessoas viúvas, pessoas consagradas (sacerdotes, religiosos e religiosas) e de leigos solteiros.

O documento Itinerários Catecumenais para a Vida Matrimonial diz que “é um caminho compartilhado entre sacerdotes, esposos cristãos, religiosos e agentes de pastoral, que devem colaborar entre si e de acordo com seu bispo”. (6)

9 – Até quando a primeira versão estará disponível na loja da Comissão Nacional da Pastoral Familiar.

Estará disponível por mais alguns meses, até que seu estoque atual seja esgotado. Por isso, é recomendável que as equipes já se preparem para a utilização da nova versão.

10 – Como organizar os encontros de preparação na paróquia? Como fazer a migração do modelo de cursos para o catecumenato?

Recomendamos que leiam na íntegra o documento Itinerários Catecumenais para a Vida Matrimonial, publicado pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida em 15/06/2022 e que também utilizem nosso livro EPVM Especial – Encontro de preparação para vida matrimonial, disponível em https://www.pius.com.br/loja/epvm-especial-encontro-de-preparacao-para-vida-matrimonial-edicao-especial-andre-parreira/