Com o novo documento publicado pela Santa Sé, com prefácio do Papa Francisco, a Igreja é convidada – novamente! – a rever e renovar a preparação para o Matrimônio.

Neste documento, que precisa ser estudado por todos que fazem apostolado na preparação para o Matrimônio, sejam agentes de movimentos de família e pastoral familiar, sejam padres e bispos, um dos maiores desafios está justamente na Etapa Próxima que ainda é conhecida como Encontros ou Cursos de Noivos.

De forma clara, o documento define dois pontos básicos: a estrutura e a quem este momento se dirige. Sobre a estrutura, fica claro que este momento não deve ser feito em apenas alguns encontros e, muito menos, em um encontrão condensado de um fim de semana (e o que dizer de uma tarde?). A proposta é de uma preparação catecumenal. E sobre a quem interessa esta etapa, a proposta é que não seja algo direcionado unicamente aos casais “oficialmente” noivos, mas também aos namorados e aos coabitantes sem impedimentos para o matrimônio.

Portanto, não se trata de um curso e não é exclusivo para noivos.

Mas, por incrível que pareça, aí não há novidade, nem na estrutura, nem nos destinatários da etapa.

O que é surpreendente para muitas pessoas é que a questão é tratada no Brasil há mais de 40 anos. O Documento número 12 da CNBB (Orientações Pastorais Sobre o Matrimônio, de 1978) já falava que “menos formal que o ‘curso de noivos’, esse catecumenato pode ser realizado nas casas, acompanhando cada casal de noivos ou agrupando vários” (Parágrafo 2.4). Aí, o momento já é chamado de catecumenato – ou catequese – e a expressão “curso de noivos” vem escrita entre aspas.

Poucos anos depois, em 1981, na exortação Familiaris Consortio, o Papa São João Paulo II faz uso da expressão Catequese Pré-Matrimonial para designar a preparação para o Matrimônio e também não utilizava menção a noivos.

O Diretório da Pastoral Familiar, publicado pela CNBB em 2004, se refere à preparação próxima para o Matrimônio (parágrafo 268) utilizando também entre aspas “cursos de noivos” quando apresenta a segunda possibilidade de definição para este momento, como Encontros de Preparação para a Vida Matrimonial. E, em vez de usar noivos, o documento usa “candidatos ao matrimônio”.

Como confirmação, recentemente o Papa Francisco vem usando a expressão catecumenato, a mesma já citada no documento 12 da CNBB em 1978!

No documento Itinerários Catecumenais para a Vida Matrimonial, publicado pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, todas as orientações acima são confirmadas. Além disso, o documento desafia a Igreja a atrair casais com antecedência, ainda durante o namoro, para que o noivado seja a conclusão da etapa catequética, e não o critério para procurá-la, como ainda é comum. Pela primeira vez na história dos documentos magisteriais sobre a preparação para o matrimônio, o documento indica duas vezes que essa catequese deveria durar cerca de um ano.

Portanto, é necessário pensar em uma catequese matrimonial com encontros e duração significativa, capaz de gerar vínculo e aprofundamento dos temas, assim como acontece em qualquer outra catequese. A partir dela, o casal deveria sentir-se seguro para assumir o noivado. Essa orientação está clara nos documentos do Magistério da Igreja.

Para compreender bem esse novo documento da Igreja, é possível contar com o curso sobre o Catecumenato Matrimonial, produzido pela Pius Edições com o apoio da seção brasileira do Pontifício Instituto João Paulo II. Abaixo está a página do curso, e duas de suas aulas – especialmente aquelas sobre a etapa próxima – estão abertas e disponíveis nos links:

Aula 06 – Curso Catecumenato Matrimonial – aula aberta:

Aula 07 – Curso Catecumenato Matrimonial – aula aberta:

E para conhecer e aprender mais sobre catequese matrimonial, inscreva-se no curso on-line Catecumenato Matrimonial. Basta acessar o link a seguir e fazer sua inscrição: https://www.pius.com.br/curso-catecumenato-matrimonial/